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quinta-feira, 29 de março de 2012

FUTEBOL - EM DESPEDIDA EMOCIONANTE DE EDMUNDO DO FUTEBOL VASCO GOLEIA O BARCELONA DO EQUADOR POR 9 X 1 EM SÃO JANUÁRIO

Edmundo marca 2 vezes na goleada por 9 a 1 do vasco sobre o Barcelona do Equador

Craque veste camisa 10 e braçadeira de capitão, faz golaço, repete comemoração de 1997 e se emociona diante de mais de 21 mil vascaínos

Por GLOBOESPORTE.COM Rio de Janeiro
Craque, veloz, polêmico, goleador, habilidoso, ídolo. Animal. Em 17 anos de carreira, Edmundo marcou seu nome na história do futebol brasileiro e especificamente do Vasco. Faltava apenas uma festa de despedida. Na noite desta quarta-feira, 21.247 torcedores presenciaram esse ritual e abriram seus braços em São Januário para receber o craque pela última vez em uma partida. E ele, vestindo a camisa 10, retribuiu a presença da torcida com dois gols, belos passes, dribles, agradecimentos e lágrimas. Os
companheiros também contribuíram para a festa, aplicando uma goleada marcante por 9 a 1 sobre os equatorianos do Barcelona de Guayaquil, em reedição da final da Libertadores de 1998 - na qual Edmundo não esteve presente, num motivo de lamento até hoje, tanto para ele quanto para os vascaínos.

Revelado pelo Vasco e aposentado desde o fim de 2008, Edmundo teve cinco passagens por São Januário. Principal nome do título brasileiro de 1997, ele disputou ao todo 241 partidas e marcou 137 gols, já contando com a partida de despedida. A reverência dos torcedores ao ídolo fez com que nesta quarta o público pagante (16.021) fosse maior do que em qualquer jogo da Libertadores.

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E a entrega em campo do camisa 10, hoje com 40 anos, foi tamanha que os torcedores pediram até o seu retorno, com gritos de "Volta, Edmundo" e "Fica, Edmundo". O craque fez lembrar seus áureos tempos em alguns momentos. Em seu segundo gol, mostrou categoria e visão de jogo ao iniciar a jogada, num belo lançamento para Fagner. Completou o cruzamento de primeira e comemorou da mesma maneira que na fase semifinal do Campeonato Brasileiro de 1997, quando o Vasco eliminou o Flamengo: balançando os braços no alto e rebolando. Antes, já havia marcado de pênalti, numa falta em Thiago Feltri fora da área.

- Precisava disso na minha vida. Acho que estou fechando minha carreira com chave de ouro - disse Edmundo, no intervalo, momentos antes de jogar sua camisa em direção à arquibancada.

O ponto final da participação de Edmundo veio aos 40 minutos do segundo tempo. Com o hino vascaíno sendo tocado pelo sistema de som de São Januário, ele passou a braçadeira de capitão para Felipe, recebeu a bola do jogo e foi substituído por Wiliam Barbio. Emocionou-se e saudou a torcida nas cadeiras sociais, agradecendo:

- Muito obrigado, do fundo do meu coração.

Os outros gols da vitória foram de Allan (dois), Alecsandro, Juninho, Eder Luis, Fellipe Bastos e Diego Souza. Asencio, que participou da final de 1998 e foi convidado para o jogo desta quarta, marcou para os equatorianos.
Após a festa, o Vasco pensa agora na Taça Rio, entrando em campo no sábado para enfrentar o Macaé, às 16h, no Estádio Cláudio Moacyr. Na terça-feira seguinte, o compromisso será pela Libertadores, contra o Alianza Lima, fora de casa.

Festa, emoção, dois gols e genialidade

Com os refletores do estádio apagados, Edmundo entrou em campo sozinho para ser saudado pelos torcedores. Com o número 10 às costas, ele não segurou a emoção e precisou enxugar as lágrimas. O próximo passo foi receber a braçadeira de capitão do apoiador Juninho Pernambucano. Depois de uma longa queima de fogos, típica da década de 90, Edmundo recebeu uma placa do presidente Roberto Dinamite e cumpriu o papel de ídolo ao cantar o hino vascaíno em coro com os torcedores.

Com o seu time titular, o Vasco não demorou a se impor sobre o Barcelona, que misturou reservas e juniores. O astro da noite, aposentado desde o fim de 2008, mostrou disposição e boa movimentação após cinco dias de treinos com o elenco. Sofreu a primeira falta da partida, com menos de 30 segundos, e teve uma boa chance aos dez minutos: recebeu passe de Eder Luis e chutou por cima do travessão.

O primeiro gol de Edmundo saiu pouco tempo depois, graças a uma ajuda do árbitro Marcelo de Lima Henrique, que assinalou pênalti em falta em Thiago Feltri fora da área. Marcado na carreira por alguns pênaltis decisivos desperdiçados, o ídolo foi para a cobrança e não decepcionou. Bola de um lado, goleiro de outro, e muita festa dos jogadores e da torcida: 1 a 0, aos 12 minutos.
Edmundo participava de todas os lances ofensivos, o que acontecia a todo momento, já que o jogo praticamente se resumia a ataque contra defesa. O segundo gol veio aos 23 minutos, e com o toque do craque. Ele recebeu lançamento na área, donimou com categoria, limpou o zagueiro e tocou para Fagner. O lateral deu um belo giro de corpo e passou a bola para Alecsandro, que ainda limpou outro defensor antes de ampliar. A homenagem ao ex-jogador veio com o polegar e o dedo mindinho esticados, em comemoração tantas vezes usada por Edmundo.

O principal momento da noite, no entanto, ainda estava por vir. Pouco depois de perder gol feito, Edmundo descolou belo lançamento para Fagner, que se esforçou, impediu a saída da bola e cruzou de trivela para o camisa 10 pegar de primeira: 3 a 0.

Os últimos minutos da etapa final ainda reservaram um gol do Barcelona, marcado por Asencio, em rara falha de Dedé, e o quarto do Vasco, anotado por Juninho Pernambucano, sendo o primeiro sem a participação de Edmundo.

Apagão e gols em profusão

Veio o segundo tempo, e o show de gols continuou. Com um minuto de jogo e após cinco substituições na equipe titular, o Vasco marcou seu quinto gol. Eder Luis recebeu cruzamento de esquerda e tocou de calcanhar. A bola desviou na zaga e matou o goleiro equatoriano. Momentos depois, houve queda de energia em São Januário, paralisando a partida por pouco menos de 20 minutos.

Luz restabelecida, mais gols no placar. Fellipe Bastos fez o sexto em cobrança de falta, após falha do goleiro Vera. O sétimo foi de Allan, que tabelou com o próprio Bastos dentro da área. Aos 30 minutos, Diego Souza chutou cruzado para marcar 8 a 1. A cada bola na rede, novas homenagens a Edmundo.

O adeus se deu aos 40. Com o público de pé, a placa de substituição anunciou a saída do ídolo para a entrada de Wiliam Barbio. Visivelmente emocionado, Edmundo passou a braçadeira de capitão para Felipe, recebeu a bola do jogo e deixou o gramado pela última vez, ao som do hino do Vasco. Durante a volta olímpica, ele nem viu o nono e último gol, marcado novamente por Allan. Mas nada mais importava. Naquele momento, Edmundo enfim cumpria seu sonho, de reencontrar a torcida numa partida de despedida.

- Posso dizer que, neste dia 28 de março de 2012, sou o cara mais feliz do mundo - afirmou.

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