Policial carrega boneco que representou o executivo na reconstituição do crime, em São Paulo
O Ministério Público de São Paulo deverá receber, ainda nesta semana, o
inquérito da Polícia Civil sobre o assassinato do empresário Marcos
Kitano Matsunaga, de 42 anos, diretor-executivo da empresa Yoki. O
delegado responsável pelo caso, Marcos Dias, aguarda apenas o resultado
dos laudos das perícias realizadas no apartamento onde ocorreu o crime, e
da necropsia feita pelo Instituto Médico Legal, com detalhes de como o
corpo do empresário foi esquartejado, para anexar ao inquérito e pedir a
prisão preventiva da autora confessa do crime até o julgamento.
Elize Araújo Matsunaga está presa temporariamente desde o último dia 4.
Inicialmente sua prisão foi determinada por cinco dias, mas após o
depoimento prestado na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à
Pessoa (DHPP), na última quarta-feira, quando confessou a autoria do crime,
a polícia pediu
a prorrogação da prisão por mais 15 dias. Ela está numa
cela de nove metros quadrados no presídio feminino de Itapevi, na
Grande São Paulo.
Com base em dezenas de provas periciais e oito depoimentos, entre eles
uma confissão de autoria, a polícia conclui que Marcos Matsunaga foi
morto pela esposa com um tiro na cabeça no último dia 19 de maio. E que
Elize agiu sozinha ao esquartejar o corpo e jogar as partes separadas em
cinco locais diferentes na região de Cotia, Grande São Paulo.
O advogado da Família Matsunaga, Luís Flávio D’Urso, em entrevista ao
Fantástico, da rede Globo, neste domingo, sugeriu a participação de uma
segunda pessoa no momento de descarte das partes do corpo de Marcos. A
tese é refutada pelo advogado de defesa de Elize, Luciano Santoro.
Segundo ele, durante a reconstituição, testes de tempo e esforço foram feitos no apartamento e comprovaram que Elize poderia ter cometido sozinha o crime.
“Além disso, Elize foi parada sozinha pela Polícia Rodoviária”, disse.
Depois de sair do apartamento em seu carro, uma Mitsubishi Pajero TR-4
cinza, Elize seguiu em direção ao Paraná, seu estado natal. Mas desistiu
antes da divisa e, na volta, foi parada porque um radar inteligente
flagrou que o licenciamento do veículo estava atrasado. Ela foi multada e
seguiu viagem com o marido esquartejado no porta-malas para a região de
Cotia.
Ao receber o inquérito da Polícia Civil, o MP-SP terá três opções:
oferecer denúncia; solicitar novas diligências ou, numa hipótese
praticamente descartada, pedir arquivamento do caso. Caso a denúncia
seja oferecida, e a Justiça a acate, Elize Mastunaga passará da condição
de acusada à de indiciada.
E aí será no júri popular que as argumentações de acusação e defesa
deverão ser confrontadas. A promotoria deverá pedir a condenação máxima
por homicídio duplamente qualificado, enquanto a defesa buscará a
redução da pena tentando convencer o júri que se trata de um crime
passional e por legítima defesa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário