Fotos de partes do corpo
do empresário e diretor executivo da Yoki, Marcos Kitano Matsunaga,
foram divulgadas na internet. As imagens da cabeça, tronco e membros do
empresário foram visualizadas na manhã desta quinta-feira (30) e
continuavam sendo acessadas em sites de busca e listas de discussão
nesta tarde.
As fotografias integram o
processo que apura o assassinato e a ocultação do cadáver do executivo
da empresa de alimentos. Matsunaga foi atingido com um tiro e depois
esquartejado pela mulher, a bacharel em direito Elize Araújo Kitano
Matsunaga, em 18 de maio. Elize, que é ré confessa, segue presa e
aguarda
decisão se irá a júri popular.
Procurada pelo G1, a
Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou
que vai abrir um procedimento para investigar a divulgação das fotos.
A autenticidade das
imagens foi confirmada na tarde desta quinta pelo advogado Luciano
Santoro, que defende Elize. “Meu Deus! Isso jamais deveria circular na
internet. Essas fotos são do processo. São fotos antes da realização da
perícia, logo após o corpo dele ter sido achado. Eu não posso tomar
nenhuma providência em relação a essa divulgação porque isso compete à
família da vítima”, comentou.
"Soube que, em virtude
do risco de vazamento dessas fotos, os advogados da família de Marcos
pediram o sigilo dos autos, mas o Ministério Público informou que
processo era público e não concordou. A Justiça, por sua vez, também. Eu
lamento a divulgação dessas fotos na internet. E é por esse motivo e
outros que também era favorável ao sigilo dos autos”, disse Santoro.
O defensor de Elize
divulgou ainda uma nota sobre o vazamento: “a defesa lamenta
profundamente a divulgação dessas fotos, que em nada contribuem para a
apuração dos fatos. Fica aqui consignado nosso protesto, com a esperança
de que aqueles que porventura vierem a receber essas imagens, que por
favor não as reenviem aos seus contatos e as apaguem imediatamente em
respeito à memória do senhor Marcos Matsunaga.”
FAMÍLIA PEDIU SIGILO
O advogado da família
Matsunaga, Luiz Flávio Borges D´Urso, afirmou ao G1 que chegou a
solicitar que fosse decretado segredo de Justiça do caso, mas que o
pedido foi negado pelo juíz. Assim, segundo ele, o processo continua
público e as fotos podem ser acessadas. Ele lamentou o fato. " A nossa
preocupação era preservar a família. O que nos preocupava é que, uma vez
que essas fotos caíssem na internet, não haveria mais o que fazer",
relatou.
O promotor José Carlos
Cosenzo, responsável por denunciar Elize à Justiça pelos crimes, afirmou
que iria primeiro ver as imagens para depois se pronunciar e informar
que procedimento iria tomar.
BUSCAS

As
fotos que circulam na web foram localizadas de duas maneiras. A
primeira é através de sites de buscas, que apresentam como resultados
apenas imagens das fotografias feitas pelo Instituto Médico Legal (IML)
da Polícia Técnico Científica.
O material também foi
divulgado é por meio de um arquivo em formato PDF, que reúne as
fotografias de páginas de um processo judicial. Esse arquivo foi
encaminhado para listas de discussão de grupos fechados na internet.
Neste último caso, as
imagens mostram um documento judicial aberto. O arquivo PDF tem oito
páginas com 16 fotos de pedaços do corpo de Marcos. As fotos que formam o
arquivo registram páginas de um volume do processo. Esse documento e
outros volumes estão sobre uma mesa não identificada. Ao lado das
páginas, é possível perceber outras pastas de processos judiciais.
Entre as fotos que
constam nas páginas, há dez imagens tiradas no local onde as partes do
corpo foram achadas dentro de sacos plásticos azuis e seis fotos que
teriam sido feitas já no Instituto Médico-Legal. O arquivo acessado pela
equipe de reportagem traz em suas propriedades a informação de que foi
criado na sexta-feira (24), às 16h58.
RÉ SEGUE PRESA
Elize está presa no
presídio de Tremembé, no interior do estado. Ela confessou os crimes e
está presa preventivamente, aguardando a Justiça marcar uma data para
ela ser interrogada e decidir se a viúva será submetida a júri popular.
O crime teria sido
motivado pela descoberta da infidelidade e traição de Marcos. Para a
acusação, a bacharel também queria ficar com um seguro de vida da
vítima. A ré aguarda a Justiça marcar uma data para a audiência de
instrução que irá decidir se ela será submetida a júri popular pelo
crime ou não. A defesa de Elize alega que ela só atirou após ter sido
agredida pelo marido. (G1 SP)
Nenhum comentário:
Postar um comentário