Quilombola Cláudio Ferreira, que se apresenta como tio de Dutra
Por Blog do Décio
O quilombola Cláudio Ferreira Costa, de 81 anos, parente do deputado
Domingos Dutra (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da
Câmara, garante que o petista nunca fez nada pelo Povoado Saco das
Almas, onde nasceu em Brejo, e por parte da família. “Ele nunca fez
nada por nós”, afirmou ele.
No sábado passado o governador em exercício Marcos Caldas (PRB)
esteve no povoado para inaugurar o Centro de Ensino Médio Patrício da
Cunha Costa. O nome da escola é uma homenagem ao pai Cláudio, que se
apresenta como tio do petista.
Cláudio contou num português arrastado que, na década de 1930, o pai
do deputado, Domingos Rosa, trabalhava como “vaqueiro da brancalhada e
ganhava muito dinheiro”. Por conta disso, foi presenteado com um pedaço
de terra. Em 1996, foi feita uma desapropriação pelo Governo Federal e
o pai de Dutra acabou perdendo sua área.
“Por conta dessa queixa ele (Dutra) nunca fez parte por nós (nos ajudou)”, disse o quilombola.
Ele ressaltou, no entanto, que somente em junho do ano passado o
deputado
pediu a regularização da área do povoado “porque estava
vencida e não tinha como passar”.
Aos curiosos que quiseram saber mais detalhes de sua vida, Cláudio
afirmou que sua mãe foi assassinada por pistoleiros, a mando dos
fazendeiros de então, com seis tiros na cabeça.
Durante a inauguração ele elogiou a governadora Roseana Sarney e
Marcos Caldas por terem construído a escola no povoado. O governador em
exercício aproveitou para criticar Dutra que, em tom de chacota, disse
que ele estava levando o governo para o Brejo.
“Estou fazendo o que ele (Dutra) nunca fez: valorizar a cidade onde nasci e faço política”, declarou o governador em exercício.
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