SÃO
PAULO - Estudo realizado com base em números do banco de dados do
Sistema Único de Saúde (SUS) aponta o afogamento como a segunda maior
causa de morte acidental entre jovens até 14 anos, atrás apenas dos
atropelamentos, o primeiro no grupo dos acidentes de trânsito, que
inclui ainda os óbitos com crianças dentro do carro e do pequeno
ciclista. O falecimento por sufocação, principalmente entre bebês de
até 1 ano de
idade, aparece em seguida.
De acordo com o levantamento foram 1.376 mortes por esse tipo de
acidente em 2009, última atualização do Data SUS, grande parte (45%) em
águas naturais. Com relação às vítimas, 36% são crianças com idades
entre 10 e 14 anos, e 35% entre 1 ano a 4 anos. Na última faixa etária,
a maioria é vítima dos chamados afogamentos "domésticos", ou seja, por
baldes, piscinas e vasos sanitários.
- A maioria dos afogamentos acontece em águas naturais, abertas e
doces, até pela geografia do país, e em brincadeiras irregulares, sem a
presença de adultos - ressalta Alessandra Françóia, coordenadora
nacional da ONG Criança Segura, responsável pelo estudo.
Ainda segundo a pesquisa, 67% das mortes por afogamentos acontecem
com garotos. O estado do Amapá, por conta da geografia, segundo a ONG,
foi o campeão de óbitos, com taxa de 31,03 por cem mil habitantes,
seguido do Espírito Santo (22,14) e Mato Grosso (21,08). O Distrito
Federal tem a menor taxa (9,25 mortes por cem mil habitantes).
- Os estados do Norte têm a maior taxa para cem mil habitantes. É
válido ressaltar que muitas mortes acontecem nas populações
ribeirinhas, principalmente com crianças mais novas - salienta
Alessandra.
De acordo com a coordenadora da ONG, o afogamento é um acidente
fatal na maioria das vezes. Faltam, em sua opinião, políticas públicas
para a prevenção desse tipo de ocorrência no país.
- Em países mais populosos como Índia e China, há prevenção em
comunidades mais pobres com profissionais ensinando as crianças a
nadar, a fazer o primeiro atendimento em caso de afogamento. No Brasil
não temos políticas públicas para isso.
Alessandra frisa, ainda, que as crianças devem estar sob observação
constante de um adulto quando em contato com a água e que muitos
equipamentos públicos, principalmente em embarcações, o simples uso de
um colete salva-vidas já ajudaria a diminuir os número dessa triste
estatística.
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