Pela primeira vez a classe E, a base da pirâmide social, representa
menos de 1% dos 49 milhões de domicílios existentes no País. Isso
significa que o número de brasileiros em situação de pobreza extrema
teve uma drástica redução nos últimos dez anos, conforme apontam duas
pesquisas de consultorias que usaram metodologias distintas. Em números
exatos: 404,9 mil ou 0,8% dos lares são hoje de classe E, segundo os
cálculos do estudo IPC-Maps, feito pela IPC Marketing, consultoria
especializada em avaliar o
potencial de consumo. Em 1998, a classe E
reunia 13% dos domicílios, indica o estudo baseado em dados do IBGE.
Marcos
Pazzini, responsável pelo estudo, explica que os dados são atualizados
segundo um modelo desenvolvido pela consultoria, que leva em conta a
pesquisa do Ibope Mídia sobre a distribuição socioeconômica dos
domicílios, projeções de crescimento da população e da economia, entre
outros indicadores. Os lares são classificados segundo o Critério
Brasil, da Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa (Abep), que
leva em conta a posse de bens e o nível de escolaridade do chefe da
família.
O Instituto Data Popular, especializado em baixa
renda, vai na mesma direção. Em 2001, a classe E era 10% da população
(17,3 milhões) e, em 2011, tinha caído para 3,6% ou 7 milhões, segundo
o estudo que divide a população pela renda mensal per capita - R$ 79
para a classe E. "Não dá para dizer que acabaram os pobres, mas
diminuíram muito, e a condição social deles melhorou porque tiveram
acesso a vários bens de consumo, o que antes era praticamente
impossível", afirma Pazzini.
Segundo o sócio diretor do
Data Popular, Renato Meirelles, a tendência das pesquisas é a mesma:
uma forte redução do contingente de pobres. "Em dez anos, foram 10
milhões de pessoas a menos na classe E", observa, ponderando que a
divergência entre a ordem de grandeza dos resultados pode ser
decorrente do fato de muitas pessoas da classe E não terem domicílio.
Mobilidade. As participações das classes E e D na estrutura social
encolheram por causa da forte migração que houve entre 1998 e 2011. A
fatia dos domicílios de classe D caiu quase pela metade no período, de
33,6% para 15,1%. Já os estratos C e B cresceram. Em 1998, 17,8% dos
domicílios eram da classe B e, em 2011, representavam 30,6%.
informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
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