Uma entrevista coletiva
realizada hoje à tarde em Taubaté, interior de São Paulo, esclareceu
que a professora Maria Verônica Aparecida César Santos, 25, não estava
grávida de quadrigêmeos. Para enganar a família e até mesmo o marido,
segundo afirmou o advogado dela, Maria Verônica usou
uma barriga de
silicone com enchimento de tecido.
A
mulher de vestido longo que passou as últimas semanas dando entrevistas
e posando para fotos exibindo a barriga que, segundo ela, abrigava
quatro bebês, não está grávida. O obstetra Wilson Vieira de Souza
mostrou ultrassom feito por Maria Verônica Santos, 25, em 30 de agosto,
que aponta que ela não estaria grávida. Nesta sexta-feira (20), o
advogado de Maria Verônica confirmou a farsa.
O desfecho da dúvida se havia ou não a gravidez aconteceu nesta
madrugada. A mulher teria passado mal e familiares se mobilizaram para
levá-la ao hospital. Ela recusou atendimento médico e teria assumido a
farsa.
O advogado Marcos Antonio Leite recebeu a informação por volta de
3h da manhã. Segundo ele, o marido, Kléber Eduardo Melo Vieira, entrou
em estado de choque e teria chorado compulsivamente no momento em que
viu que a barriga tinha apenas pedaços de tecidos e silicone.
Ao se deparar com a cena da falsa gravidez, o então advogado teria
pedido ajuda ao colega, Enilson de Castro, que agora cuida do caso.
"Nem o marido a tocava, ela dizia que estava com estrias e o marido
acreditou na gravidez", comentou Castro, que não quis revelar o real
motivo da mulher em fantasiar uma gravidez, alegando a necessidade de
uma conversa mais aprofundada com a cliente, já que teria assumido o
caso às pressas, ainda na madrugada. Entretanto, não descarta a
possibilidade de alegar problemas mentais na linha de defesa de Maria
Verônica.
Uma provável justificativa para a farsa, não confirmada nem
desmentida pelo advogado, seria a falta de atenção da família, já que o
casal estava há cerca de cinco anos sem contato com os familiares que
não aceitavam o relacionamento dela com o marido. "Ela se mostrou
bastante arrependida", disse o advogado.
Mesmo afirmando não conhecer a barriga e não desconfiar da mulher,
o marido da falsa grávida pediu afastamento do trabalho para cuidar da
família. De acordo com Castro, o pedido de licença médica por estresse
foi aprovado pelo serviço médico da empresa em que trabalha.
Com a maior dúvida respondida, se a mulher estaria grávida, agora a
polícia deverá ouvir outros familiares. De acordo com o delegado
responsável pelo caso, Ivahir Freitas Garcia Filho, presente na
entrevista coletiva, a mulher deverá prestar esclarecimentos na próxima
semana e poderá ser ouvida em domicílio, a pedido da defesa que busca
preservá-la do assédio das pessoas.
A pena por falsidade ideológica e uma eventual vantagem sobre as
doações recebidas podem levar a professora a pegar de um a quatro anos
de reclusão. "Ela se perdeu no caminho e não achou meios para se
encontrar", comentou o delegado. "Pelas pessoas que conversamos, tudo
levava a crer numa farsa. Tínhamos quase certeza que ela não estaria
grávida", declarou.
Segundo o advogado que agora defende a falsa grávida, "ela se
prontificou a devolver as doações". Caso algum doador recuse a
devolução, ela prometeu fazer doações. Maria Verônica teria uma
consulta psiquiátrica nesta tarde.
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